Casa projetada em 1934 relembra o legado de Charlotte Perriand

Criada em 1934 por ocasião de um concurso promovido pela revista L’Architecture d’Aujourd’hui, a Maison au Bord de l’Eau (Casa à Beira D’água) representa o movimento modernista, cujo Charlotte Perriand era figura influente.

O conceito estava em perfeito alinhamento com o ideal de uma vida mais igualitária, com uma construção pré-fabricada, passível de ser reproduzida em escala industrial e que servisse de alojamento para os dias de descanso. Tendo o viés político como marca, ela defendia que o tempo livre e o lazer deveriam ser uma das prioridades da sociedade industrial.

O projeto de Charlotte, apesar de ter sido repensado pela designer posteriormente, nunca havia saído do papel até que, por iniciativa da Louis Vuitton, que o primeiro exemplar foi construído. Apresentado na última Design Miami, a maison foi feita de acordo com o projeto original, sob os conselhos de Pernette Perriand-Barsac, filha de Charlotte.

Decoração industrial está em alta

Elementos, como colunas, canos, blocos e até tijolos expostos, que antes eram indesejados não precisam mais ser escondidos ou eliminados. Acontece que, agora, eles aparecem em um estilo de decoração que está cada vez mais em alta e mostram que têm potencial para compor ambientes incríveis.  A ideia é assumir eles de vez, adotando a estética industrial. Afinal, quem disse que o que foge da perfeição é feio?

Paredes ganham personalidade quando elementos rústicos são incluídos nelas, como, por exemplo, tijolos originais expostos e instalações elétricas aparentes. Tubos de aço galvanizados são perfeitos para esse estilo. O cinza é a tonalidade de destaque, onde é possível deixar o concreto aparente. Blocos de cimento, normalmente escondidos com o reboco, podem virar um lindo jardim, basta preencher eles com várias espécies.

Se o que você precisa é de inspiração para aderir ao estilo, confira a seleção de imagens que reunimos aqui:

Decor cheia de arte

A profusão de arte no apartamento do arquiteto Fabio Morozini desvenda a sua personalidade colecionista. A arte e seu caráter libertador são fundamentais na vida e nos projetos do arquiteto Fabio Morozini. “Ela interage com a alma da gente”, diz o paulistano, dono de um apartamento dominado por obras instigantes. No living, há desde uma escultura chinesa do século 16 até uma foto assinada por Damien Hirst de sua escultura For The Love of God em forma de crânio. Estas e outras expressões, produzidas por nomes como Nelson Leirner, Assume Vivid Astro Focus (avaf) e Felipe Morozini, compõem um universo com outras particularidades.

Móveis, luminárias e objetos antigos garantem ambientes aconchegantes e vívidos. Lá, se encontra uma mesa de jantar projetada pelo designer italiano Rodolfo Dordoni, poltronas francesas do século 18, lustres (também franceses) do século 19 e as luminárias Tolomeo, modelo criado em 1986 pelos italianos Giancarlo Fassina e Michele De Lucchi. Como as demais, são peças que traduzem verdadeiramente o momento atual do arquiteto. “Sou colecionista, mas não acumulador”, explica.

A área íntima, com hall de distribuição pontuado por fotos de editoriais de moda publicadas pela revista Vogue francesa, nos anos 1970, resguarda-se ao final de um corredor, que acabou se transformando em galeria, repleto de quadros assinados. Uma verdadeira galeria repleta de arte.

Cadeiras diferentes para usar e decorar

Não tem problema se você, na hora de comprar as cadeiras que acompanharam a mesa, se apaixonar por mais de um modelo ou cor. Acontece que usar peças diferentes na mesma composição estão super em alta e garantem um resultado inusitado, divertido e descolado. Com um pouco de ousadia, cadeiras de diferentes estilos ou cores em torno da mesa de jantar deixam o ambiente original e criativo.

A ideia é misturar cadeiras de diferentes estilos: vintage e moderninha, de ferro e madeira, rústica e clássica. Para as mais básicas, uma boa opção é apostar em um único modelo de cadeira, em cores diferentes. Ou, ainda, pintar os modelos distintos de uma única cor. O que vale é tirar a decoração do óbvio, tornando o espaço descontraído e moderno.

Casal constrói casa no estilo “Do It Yourself”

O casal norte-americano Malissa e Chris Tack deram um novo sentido ao Do It Yourself  de uma forma bem inusitada... Eles resolveram colocar a mão na massa e construir a própria casa, feita de madeira ecologicamente correta. Além da casa, eles também fizeram todos os móveis que a preenchem.

Mesmo sendo profissionais com cargos hi-tech (ele trabalha na Apple e ela faz animação em 3D), eles decidiram deixar a tecnologia completamente fora de casa. O imóvel, de cerca de 13 m² localizado na cidade de Snohomish, em Washington, nos Estados Unidos, levou sete meses para ficar pronto, custou 20 mil dólares e acomoda ambientes de tamanhos suficientes para as atividades cotidianas do casal. O chuveiro foi construído a partir de um velho barril de madeira reciclada e quatro painéis solares fornecem a energia necessária para a casa funcionar e tudo o que é feito na cozinha utiliza gás propano. O isolamento de lã natural e de tapume, feito de cedro, garante a temperatura ideal, inclusive no inverno. Já a luz natural é conseguida com as onze janelas da casa. Um charme!